quinta-feira, 25 de março de 2010

A PADARIA

Já tive oportunidade de me referir, de alguma forma, aos hábitos gastronómicos da população da Neriquinha. Para ser sintético, apenas relembro que não têm qualquer semelhança com os nossos. É que nem sequer há um simples pormenor que se pareça com a forma como nos alimentamos, por mais pequeno que seja.
Uma das iguarias que me atrevo a considerar como fazendo parte dos hábitos alimentares de qualquer ser humano, independentemente da raça ou religião, é o pão. Pão tem que existir, seja lá onde for e a Neriquinha não era excepção.
Correndo o risco de estar a ser atraiçoado pela memória, penso que a equipe de padeiros da companhia era constituída por dois profissionais: O cabo Sousa, entretanto já falecido e o soldado Luís Santos, que actualmente faz a sua vida por terras de França.
Os dois, com ajudas de uns e outros, tinham por missão garantir pão fresco bem cedo pela manhã, havendo outra fornada para o almoço e jantar. Dispunham de um forno artesanal que, bem ou mal, desempenhava a função. Era feito de pequenos tijolos refractários que suportavam bem o calor. A massa que os unia é que não, o que implicava que periodicamente tivesse de ser desmontado e reconstruído como se de um puzzle se tratasse.
Quanto à mesa de tender, uma simples tábua ao ar livre servia muito bem.
O que importava é que a sandes de paio ao pequeno-almoço estava sempre garantida, mesmo tendo de ser empurrada com duas cervejas.

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